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A Joia de Allure

 

O mundo dá voltas.

Desde que sou pequena, ouço isso de todos aqueles que temem pelo meu futuro: o mundo dá voltas. O que hoje está por cima amanhã estará por baixo; o que é fraco um dia se tornará forte, tudo o que vive está fadado a morrer. Dizem isso porque temem por mim, mas também porque temem por si próprios.

Afinal, eu sou tudo o que eles têm.

Meu nome é Victoria Alexandra Melchior Bahamut Aura II. Não gosto da última parte; significa que já existiu no passado outra mulher com meu nome. Todos os outros nomes, porém, são um reflexo daquilo que carrego em meu sangue: o legado do maior império que já existiu.

E eu sou a herdeira legítima do Império de Allure. Filha mais velha do Imperador Archibald James Melchior Bahamut Aura VII, sou a Comandante da Liz Vermelha desde que tinha 10 anos de idade. E se naquela época eu já era capaz de comandar a guarda mais temida que já pisou nas ruas de Arco Rubro, hoje, aos 18, minha mera presença faz homens adultos chorarem como crianças, preferindo o conforto da morte ao terror que carrego em meus belos olhos cor de esmeralda.

Desde pequena, eu sou a joia mais preciosa do Império de Allure. Lanço minha luz sobre todo auriano e auriana que aceite a dignidade da submissão. Descendo do maior povo que já existiu, o resultado de milênios de conhecimento e habilidades aprimorados e concentrados numa única garota.

Eu sou a Campeã de Allure. Repito isso para mim mesma desde que aprendi a falar. A primeira campeã em 900 anos, a escolhida da próxima Ruína Dourada. Desde que me lembro, fui treinada para esse papel. Vou lutar pelo meu povo e cumprir meu destino, lhes dando mais uma vitória, terminando aquilo que meus ancestrais começaram. Estou pronta para mostrar ao mundo o poder de Allure mais uma vez.

O mundo pode até dar voltas, mas existem pessoas que nasceram para brilhar e não importa quantas vezes a roda da fortuna gire, eu nunca serei derrubada. Dessa vez, eu não luto contra campeões fracassados de outros 8 povos; eu luto contra o fantasma de Lance Aura, nosso último campeão, meu antepassado, o homem que transcendeu os limites humanos e se tornou efetivamente um Deus.

Isso não significa, porém, que eu acredite em deuses. Diferente de outros povos, que se agarram a crenças falsas para suportar suas fraquezas, os aurianos não se apegam a mentiras; nós somos hedonistas, em busca da beleza e da verdade e não existe nenhuma beleza onde houver mentira. Infelizmente, porém, não há o que se fazer quanto às mentes parcas dos escravos e outras criaturas de similar insignificância; não se pode dar pérolas aos porcos, assim como não se pode tentar ensinar um umbriano ou um khan nossas artes elevadas como a filosofia ou a arte da guerra.

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Quando Lance Aura venceu a última Ruína Dourada, nosso povo entrou numa era de prosperidade. Naquele momento, estávamos à beira de um colapso. Éramos governados por um líder sem convicção, fruto de uma linhagem fraca, que não suportou o peso da coroa. Lance Aura nos tirou do abismo em que estávamos e nos lançou a um futuro de glórias.

Por isso os aurianos o amam tanto. Nós não acreditamos em deuses, mas é a natureza do ser humano se curvar a algo maior do que ele. Lance Aura é o Deus de Allure. Tem sido desde o fim da última Ruína Dourada. E é por isso que minha batalha é árdua. Estou lutando contra o fantasma de um Deus.

E vou vencê-lo.

Allure é o ápice de toda a raça humana. E eu sou Allure. Pensar nisso fortalece minha convicção e me lembra de meu propósito maior, permitindo que eu faça meu trabalho de jardineira, podando as ervas daninhas para que elas não estraguem o resto do jardim.

É com essa metáfora reconfortante que eu observo aquele templo arder em chamas, o som crepitante acompanhado pelo lamento dos homens e mulheres que se recusaram a abandonar seus deuses.

Existe uma calmaria no fogo que não existe em nenhum outro elemento. O fogo limpa mais do que a água, devorando a tudo sem distinção, acabando com qualquer traço daquilo que deveria ser destruído.

Com uma postura plácida, observo os fiéis cozinharem em agonia lá dentro. Sei que todos que me observam agora não enxergam mais uma garota auriana: o que enxergam é uma presença divina e alienígena, tão acima de qualquer compreensão, que não é mais possível entender nem julgar meus atos. Existe horror e fascínio: para eles, sou algo mais próximo a um tufão ou um terremoto do que a um ser humano. Eles não farão nada enquanto seus amigos e familiares ardem, pois sabem que, assim como os profetas das velhas histórias não podiam se levantar contra os céus, eles não podem se levantar contra mim.

Para todos os fins, eu agoro substituo seus deuses.

-“Irhea arcorum ierdes opullus malecorum magiantum”. -recita minha capitã em mistral, a antiga linguagem de Diemera, ancestrais de Allure, enquanto coloca a mão direita sobre meu ombro em chamas. Se ela não estivesse vestindo manoplas especiais, o metal delas já teria derretido e levado seus dedos embora.

A capitã Maud é uma amiga verdadeira; o que sente por mim transcende a mera admiração dos tolos que me encaram da mesma maneira que um cão se afogando encara a ressaca da maré.

-“Os cegos furam os olhos e os sábios riem na presença da dor”. –traduzo eu, para que as mentes menos brilhantes dos umbrianos ali possam me entender. Quero que eles escutem o que estamos falando. Quero que se lembrem.

Maud abre um imenso sorriso para mim. A felicidade dela é honesta. Essa é a beleza dela. Diferente dos soldados, treinados para seguir, ela foi treinada para comandar e consegue ver a importância do que fazemos, a dignidade no trabalho de um jardineiro.

Essa garota está comigo desde que comecei. Somos amigas desde que seu pai se juntou ao meu; isso faz mais de 12 anos.

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-Está feito, Victoria. -ela ainda segura meu ombro. Sinto o metal gelado se aquecendo aos poucos na presença do fogo, aquele toque frígido na minha pele desnuda aos poucos incorporando minha temperatura elevada.

Diferente de minhas garotas da Liz Vermelha, eu não uso armaduras; não preciso me cobrir com ferro nem com panos para me proteger. Não tenho nada a esconder e, diferente da plebe, não tenho porque me envergonhar de quem sou. É por isso que não visto nada. Meu corpo nu desfila pelo campo de batalha, numa vestimenta de fogo, presente dos meus ancestrais. Desde que conquistamos metade do mundo na era de Lance, o fogo é temido tanto quanto os aurianos. O deslumbre e horror que a nudez feminina traz ao campo de batalha, porém, é mérito meu.

Já houve um tempo em que homens fariam gracejos ao enxergarem uma garota desnuda num campo de batalha; a guerra já foi algo próprio do sexo masculino e a nudez e beleza de um corpo de mulher, o prêmio desses homens. Isso mudou para sempre com a chegada da Liz Vermelha.

Além de mim e de Maud, ela é composta por mais 7 garotas, todas filhas de nobres aurianos, que abdicaram de suas heranças e títulos para me seguir. Elas são minha guarda pessoal: a melhor que o Império já viu, atrás somente da Sentinela da Aurora, guarda pessoal do meu pai, o Imperador. Juntas, eu e minhas 8 garotas formamos a vanguarda de uma força de 1.500 soldados, um pequeno exército criado especialmente para nossa invasão à Umbra.

No comando da Liz Vermelha, eu deixei uma cicatriz incandescente na história de Allure, conquistando à ferro o respeito do Imperador. Ele me ensinou a lição mais valiosa de todas: preciso derramar sangue para conquistar o que quero. Assim como minhas garotas, esses soldados não vieram de graça: eu os conquistei e agora são meus. Comigo no comando, ninguém poderá nos parar.

Logo não há mais gritos. As pessoas dentro do templo terminaram de morrer. Os poucos fiéis do lado de fora, que pelo ato do acaso renegaram sua fé no dia de hoje, serão poupados para que espalhem a palavra do que aconteceu aqui hoje para todos os outros que ainda não queimaram.

Derramei tanto sangue nesse lugar que, quando finalmente paro, os umbrianos ficam sem reação; acho que minha pausa lhes causou mais medo do que minha violência; é como a calmaria antes da tempestade. Estupefatos, eles ainda não sabem que serão poupados. Eu sorrio, um sorriso bondoso que os confunde.

Além do templo, incendiamos mais 12 casas e os 4 depósitos de grãos do vilarejo, ainda que eles não estivessem muito cheios. Eu teria poupado as casas, mas o medo as vezes faz um rato atacar um leão, e quando isso acontece, só há uma coisa que o leão pode fazer para lembrar o rato de qual é o seu lugar. E esses ratos irão se lembrar de mim. Sangue lava as ruas de terra. Os cadáveres espalhados, apesar de frescos, já atraem os famosos corvos umbrianos, meus parceiros de trabalho: eu começo a limpeza e eles terminam; todos saem felizes no final.

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Uma criança chora no colo da mãe; a mãe quase chora junto enquanto tenta calá-la, certa de que irei matá-la por isso. Eu a ignoro. Como já expliquei antes, não vou matar mais ninguém hoje. Minha sede de sangue já foi saciada. Mas duas de minhas garotas, as irmãs Iris e Mika, se animam quando vêem o terror no olhar daquela mãe. Dou de ombros quando elas apontam suas bestas carregadas para as duas. Elas ainda estão com adrenalina e precisam descarregar as energias. E uma umbriana e sua cria não farão falta.

Maud, porém, impede que as duas façam isso. Ainda que claramente contrariadas, eles recolhem suas bestas, obedientes à minha capitã. Diferente de meu pai, Maud sabe quando é hora de ser benevolente. Aquela mãe se lembrará disso. Às vezes, a misericórdia pode ser uma arma muito poderosa.

Observo o vilarejo por mais alguns instantes, contemplando minha obra, e então peço a Maud para trazer o acólito que cuidava do templo até minha presença. Ela faz um sinal para as duas garotas que ainda estão sedentas por sangue e querem ação. Elas se enfiam no meio do grupo de umbrianos e arrastam dali um garoto assustado, uns 2 ou 3 anos mais novo do que eu. Ele irá me ajudar a salvar o que restou daqueles fiéis, apenas não sabe disso ainda. Cruzo os braços abaixo dos meus seios à mostra e espero enquanto minhas garotas o forçam a ficar de joelhos na minha frente.

O rosto daquele menino é uma máscara de terror. Ele busca desesperadamente desviar o olhar de mim. Como sempre acontece, minha figura inspira desespero. A nudez feminina tem algo de cabalístico, capaz de torcer e confundir a cabeça dos homens. Isso me dá calafrios prazerosos, que não me preocupo em esconder. Eu sou verdadeira com meus sentimentos e não existe beleza maior do que essa.

-Eu queimei sua Deusa. -declamo, saboreando cada palavra.

Não demora para que o garoto comece a chorar, temendo o que acha que vou fazer. Não o culpo por isso. Afinal, quem imaginaria que ele seria poupado? Logo ele? A Liz Vermelha tem uma fama terrível e ele sabe que sua vida está inteiramente nas minhas mãos. Ele imagina que será torturado e morto, como já fiz tantas vezes com outros antes dele. A compreensão da própria impotência deve mesmo ser algo horrível. O único remédio para esse sentimento é a submissão e servidão.

Deixo ele chorar. Quero que os outros vejam. Apago as chamas que me cercam e observo enquanto ele se humilha diante de seus iguais. Quando ele finalmente para, minhas garotas o colocam de pé e erguem seu rosto para que ele possa me olhar nos olhos. Gosto do olhar que ele me lança. Existe uma súplica nele, uma esperança de que eu permita que ele se prostre e implore pelo meu perdão. Eu permito. Ele cai de joelhos. Isso transforma aquela fagulha de esperança numa chama.

-Qual é o seu nome? -pergunto ao menino. Uma criatura mirrada umbriana; seus olhos mal chegam à altura dos meus seios. Há algo naquela figura, porém, que me atrai de uma maneira que não sei descrever: ele é pequeno, frágil e sensível, uma criatura miserável, abandonada pelo destino. Sujo, imundo e indigno.

E quero tê-lo para mim.

-Ba-Bane Rake. -balbucia ele, quase um miado. Um Rake: vassalo do Clã Penumbra, que por sua vez é vassalo do Clã Amaranth, a maior força militar e política de Umbra. Um ninguém no palco em que estamos dançando. Sua insignificância apenas o torna mais atraente para mim; faz eu querê-lo com mais vontade. Existe bondade em mim também: quero dividir essa bondade com ele. Salvá-lo do destino terrível que lhe foi reservado hoje. Quero tomá-lo em meus braços e fazer com que ele se sinta seguro.

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-Ouvi dizer que seu povo louva uma certa Deusa. -murmuro, sem parar de encará-lo.

-Si-Sim… -ele balbucia, depois de um momento de silêncio.

-A Deusa da Morte. -completo.

Ele confirma com a cabeça.

-Qual é o nome dela? -eu pergunto, com um sorriso perverso.

O olhos de Bane se arregalam.

-So-Somente o Sacerdote pode dizer seu nome. -ele balbucia. Nesse momento, percebo que esse garoto ainda teme mais a sua Deusa falsa do que a mim. Isso me incomoda, mas não deixo essa emoção transparecer. Compreendo que ainda falta um passo para que ele possa me entregar tudo o que tem. Por isso repito.

-Qual é o nome da sua Deusa? -meu olhar lhe dá pistas o suficiente. Enxergo a compreensão preenchendo aqueles belos olhos castanhos. No início vem o terror, depois uma imensa tristeza, então a resignação e, por fim, uma esperança desesperada, um pedido de socorro, uma súplica.

-Vi-Victoria. -diz ele, num murmúrio. Há uma culpa abrasiva naquelas palavras.

-Diga mais alto. -eu peço com gentileza.

-Victoria! -ele grita, cedendo. -Princesa Victoria! -ele está em prantos. Deve ser difícil renegar sua Deusa. Na verdade, é totalmente ilógico. Renegar a Morte por ter medo de morrer? Não faz o menor sentido. Mas, afinal de contas, nenhuma religião faz. Suas palavras só demonstram que a verdade não está nas palavras mentirosas de um sacerdote ou de uma bruxa velha. Ele enxergou a verdade em mim. E, portanto, enxergou a beleza também. E é por isso que chora. Eu sou sua nova Deusa.

-Muito bem. -digo a ele, beijando seus lábios secos e rachados. Ele tem os lábios delicados como os de uma criança.  -Você foi corajoso hoje. Muitos homens adultos não conseguem fazer o que você fez. -lhe dou palavras de carinho. Ele se apega a elas com todas as forças; é tudo o que ele tem.

-Vai mesmo levá-lo? -Maud ergue uma sobrancelha, estranhando minha escolha curiosa para um Azalute. Normalmente escolho jovens fortes e másculos; a beleza artificial de músculos cultivados para o prazer. Gosto de homens assim, mas não me limito a eles. Existem muitos prazeres nesse mundo e estou tentando diversificar os meus gostos. Maud, que me conhece bem demais, sabe exatamente o que pretendo fazer com o jovem Rake. Posso ver que ela discorda, mas ela não me contraria.

-Isso depende dele. -digo, o devorando com os olhos. -Você tem uma escolha a fazer hoje, umbriano. -eu passo a língua nos meus lábios carmesins. Sei que ele já está enfeitiçado pelo meu olhar. -Você pode ficar aqui e queimar, junto com os tolos que se apegaram às memórias de uma falsa Deusa. -aponto para o templo em chamas. -Ou então pode voltar comigo para Arco Rubro, para uma vida de servidão na Esfera Majestade, dentro da Cidadela Imperial. Você terá uma vida de luxúria no Jardim de Liz, servindo a mim e minhas amigas, como um Azalute do Harém de Liz.

O garoto me olha, com uma mistura homogênea de medo e desejo. Ele sabe o que significa se tornar um Azalute; todos sonham com os prazeres do Jardim de Liz, tanto quanto temem esse destino; uma vez parte do Harém, lá ele ficará até que morra ou que eu me canse dele. Um garoto dessa idade, um acólito da Deusa da Morte, ainda não conheceu o toque de uma mulher e posso ver que ele anseia pelo meu. Eu destruí seu templo, matei o seu povo, e ainda assim ele me deseja. Não há ódio nem revolta. Há apenas um desejo tímido e ardente, envolto por um temor pleno.

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Existe prazer na submissão. E aquele garoto, como todo umbriano, o conhece muito bem. Em Umbra, os homens são tratados como gado, carne fresca para sacrifício. A hegemonia das mulheres não é uma novidade para ele. A gentileza sim. As mulheres umbrianas são frias como o pântano, enquanto as aurianas são calorosas como o toque do sol de verão nas praias de nosso arquipélago. O que eu lhe ofereço, perto do que ele conhece, é a bênção que sua Deusa nunca lhe deu. As aurianas, égides da beleza e da luxúria, tem uma fama que as precede e posso ver o rubor manchar o seu rosto.

Os homens anseiam pelo prazer mais do que temem a morte; são como aranhas ou louva-a-deuses, que aceitam ser devorados pelas suas parceiras, diante da possibilidade de um único momento tântrico. Isso me excita. Posso ver a briga interna nos olhos castanhos do garoto umbriano. Os instintos falando mais alto do que a razão; a luxúria mais forte do que o medo.

-E então? -pergunto, com a voz doce. -Se decidiu?

-Seguirei com a senhora, mestra Victoria. -ele se prostra diante de mim. -Me tornarei um Azalute do Jardim de Liz e te servirei com todo o meu coração, até o dia em que não me quiser mais. Minha vida é sua.

Sorrio diante de sua eloquência clerical. Quero recompensá-lo, mas sei que só poderei fazer isso quando deixarmos esse vilarejo arruinado. Portanto apenas me abaixo e envolvo sua figura franzina. Ele estremece diante do meu toque, mas não demora até que me abrace de volta, e sei naquele instante que o ganhei para sempre.

-Levante-se, Bane Rake. -eu o coloco de pé. -Sua nova vida começa hoje. E você tem muito o que aprender. -eu sorrio para minhas garotas da Liz Vermelha. Elas sorriem de volta, sabendo o que nos aguarda.

-Qual o nosso próximo passo? -pergunta Maud, caminhando ao meu lado.

-Já sangramos esse lugar o bastante. -eu passo a língua ao redor dos meus lábios. -Chegou a hora do meu encontro com a campeã umbriana. Espero que ela goste do meu presente. -eu ergo o olhar para o vale abaixo. Meus soldados acampam onde fumaça negra ainda sobe aos céus, vinda das dezenas de vilarejos que devastei, alimentadas pela carne de milhares de homens e mulheres de Umbra.

-Tenho certeza de que ela vai adorar. -comenta Maud, sempre sorridente.

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